Corinthians apenas assiste ao Barcelona, perde de 3 e flerta com eliminação

O Corinthians fez seu pior jogo da temporada nesta quarta-feira e abriu caminho para mais uma eliminação traumática na fase preliminar da Copa Libertadores, a exemplo das quedas para o Tolima em 2011 e o Guaraní do Paraguai em 2020. Em uma noite para esquecer, o time comandado por Ramón Díaz mal ofereceu riscos ao Barcelona de Guayaquil, no Estádio Monumental Isidro Romero Carbo e perdeu por 3 a 0, no jogo de ida da terceira e definitiva fase do torneio continental por uma vaga na fase de grupos.

Resta à equipe alvinegra se apegar ao bom desempenho na Neo Química Arena para tentar o que seria uma virada histórica. O jogo de volta, em Itaquera, está marcado para a próxima quarta, 12, às 21h30, em Itaquera. Para avançar direto, é necessária uma vitória por quatro gols de diferença. Triunfo por vantagem de três gols leva a decisão aos pênaltis.

Ramón Díaz escolheu uma formação com três zagueiros para começar o jogo, em busca de dar mais consistência defensiva ao time, que ficou acuado demais ao longo da primeira metade da etapa inicial, até porque o treinador optou por Hugo na ala esquerda, em vez de Matheus Bidu. A consequência dessa opção era uma defesa pesada e limitada na conexão com o setor ofensivo.

A bola ficava no pé do Barcelona, perigoso especialmente nas finalizações de fora da área. Tentativas de longa distância efetuadas pelo volante brasileiro Leonai e o meia Valiente levaram perigo ao gol defendido por Hugo Souza. Cruzamentos também eram opções, porém a área corintiana estava bastante povoada e funcionava bem no jogo aéreo.

Com pouca posse, o Corinthians mal conseguia explorar a qualidade técnica de suas principais peças. Memphis Depay era pouco participativo e Rodrigo Garro não fazia boa partida. O meia argentino, aliás, desperdiçou o que poderia ser a criação de uma grande oportunidade ao carregar a bola demasiadamente, quando poderia ter tocado para Yuri Alberto, livre, durante contra-ataque em velocidade.

Um pênalti marcado após falta de Tchoca dentro da área fez justiça ao bom desempenho do Barcelona, que converteu a cobrança com Corozo. Desta vez, nem mesmo a usual estrela de Hugo Souza nos pênaltis ajudou os corintianos.

Ficou muito claro que a escalação escolhida por Díaz foi, no mínimo, equivocada. Até por isso, o treinador argentino voltou para o segundo tempo com apenas dois zagueiros. Carrillo entrou no lugar de Félix Torres para encorpar o meio de campo e André Ramalho substituiu Tchoca para formar a dupla de zaga com Gustavo Henrique.

Díaz continuou insatisfeito e tirou Garro, que fazia uma partida muito abaixo, para colocar Romero. Na mesma leva, Maycon foi para o jogo na vaga de Alex Santana. Pouco depois das mudanças, perto dos 20 minutos, o Corinthians finalizou ao gol pela primeira vez em toda a partida, em lance no qual Memphis chutou em cima do goleiro após passe de Breno Bidon, que caiu pela esquerda para armar a jogada.

O Barcelona chegou a marcar o segundo, quando Gustavo Henrique cabeceou para dentro da própria rede, mas o gol foi anulado, após muita demora e consulta do árbitro Darío Herrera ao televisor, porque Corozo dividiu com o defensor corintiano e estava impedido.

O futebol ruim apresentado pelo Corinthians, contudo, deu outras oportunidades ao Barcelona, que aproveitou. Rivero ampliou aos 34, após passe de Carabalí, e Corozo marcou o terceiro, aos 38. No intervalo entre um gol e outro, Maycon acertou uma bola na trave.

FICHA TÉCNICA

BARCELONA DE GUAYAQUIL 3 X 0 CORINTHIANS

BARCELONA DE GUAYAQUIL – Contreras, Carabalí, Álex Rangel, Arreaga e Vallecilla; Arroyo, Leonai (Felipe Caicedo) e Valiente (Cortz); Oyola (Quiñónez), Rivero (Vargas) e Corozo (Chalá). Técnico: Segundo Castillo.

CORINTHIANS – Hugo Souza; Félix Torres (Carrillo), João Pedro Tchoca (André Ramalho) e Gustavo Henrique; Matheuzinho, Alex Santana (Maycon), Breno Bidon e Rodrigo Garro (Romero); Memphis Depay e Yuri Alberto. Técnico: Ramón Díaz.

GOLS – Corozo, aos 45 minutos do primeiro tempo. Rivero, aos 34, e Corozo, aos 38 minutos do segundo tempo.

CARTÕES AMARELOS – Leonai e Corozo (Barcelona); Hugo Souza, Hugo e Félix Torrres (Corinthians)

ÁRBITRO – Darío Herrera (ARG).

RENDA E PÚBLICO – Não divulgados.

LOCAL – Monumental de Guayaquil, no Equador (EQU).

(Estadão)

 

 

 

 

 

 

Por: Folha de Dourados.

Carnaval MS: cai número de alcoolizados, mas aumenta o de condutores sem CNH

A Operação Carnaval 2025 do Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito) contou com a parceria este ano da Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal e Guarda Civil Metropolitana abordou 1.828 veículos em todo o Estado do Mato Grosso do Sul, tanto em rodovias estaduais quanto em vias urbanas. 

Carnaval MS: cai número de alcoolizados, mas aumenta o de condutores sem CNH

Foram realizados 4.092 testes de etilômetro, uma diminuição de 9,45% em relação a 2024 quando foram feitos 4.519 testes. Houve uma diminuição de pessoas pegas dirigindo sob influência de álcool, ano passado foram 13 pessoas flagradas, esse ano foram 04, o que equivale a uma diminuição de 69,23% de pessoas com essa prática.

Para o Gerente da Gerência Especial de Fiscalização e Patrulhamento Viário, Ruben Ajala, essa diminuição é um reflexo das políticas públicas de vigilância e fiscalização e também a mudança de comportamento das pessoas.

“Essa diminuição no número de pessoas flagrada bêbada e dirigindo é, em grande parte, uma conscientização da população do quanto isso é errado e pode matar as pessoas e do bom trabalho dos órgãos de fiscalização que estão cada vez mais preparadas e treinadas para prevenir essa prática ilegal e que já ceifou a vida de várias pessoas.”

Carnaval MS: cai número de alcoolizados, mas aumenta o de condutores sem CNH

O número de pessoas que se recusaram a fazer o teste também caiu, foram 410 recusas em 2024 contra 223 recusas em 2025 o que significa uma diminuição de 45,61%, significando que as pessoas que foram paradas, em sua maioria estavam dirigindo de forma legal e sem ingerir álcool.

Além disso, ano passado 07 pessoas foram presas ao beber e dirigir, esse ano o número baixou para 04.

O Gerente de Fiscalização Ruben Ajala destacou uma nova preocupação que vem crescendo cada dia mais em nosso trânsito.

“Uma preocupação que já vínhamos observando essa crescente durante o tempo e esse ano ao comparar os números vimos que está aumentando e se torna uma nova preocupação dos órgãos fiscalizadores são as pessoas pegas dirigindo sem Carteira Nacional de Habilitação (CNH).”

Em 2024, 77 pessoas foram flagradas em rodovias estaduais e vias urbanas sem possuir CNH, esse ano houve um aumento de 22,08% o que resultou em 94 flagrantes sem CNH.

 

 

 

 

 

Por: Folha de Dourados.

Corinthians joga no Equador para se aproximar de vaga na Libertadores

Após eliminar a modesta Universidad Central da Venezuela (UCV), em jogo dramático na Neo Química Arena, o Corinthians vai para o último confronto pela vaga na fase de grupos da Copa Libertadores. O time alvinegro encara o Barcelona, do Equador, nesta quarta-feira, às 21h30, pelo jogo de ida da terceira fase preliminar da competição. A volta acontece na outra quarta, no mesmo horário, em São Paulo. Em caso de igualdade no placar agregado, a decisão será nos pênaltis.

O Corinthians começou a temporada do mesmo jeito que terminou o ano de 2024, empilhando vitórias, e com o técnico Ramón Díaz rodando bastante o elenco para evitar o desgaste dos atletas. O time alvinegro garantiu a melhor campanha do Paulistão e pode decidir o título em casa se chegar à final. Contudo, a dificuldade para eliminar a UCV colocou uma pulga atrás da orelha do torcedor.

Ao estrear na fase preliminar da Libertadores, o Corinthians não conseguiu ser protagonista e colocou a classificação em xeque ao empatar fora contra a UCV, por 1 a 1, e sofrer para derrotar o time venezuelano em casa, com Yuri Alberto salvando o time com gol quase nos acréscimos, garantindo o triunfo por 3 a 2.

A resposta à desconfiança, contudo, veio na última partida. Com um time misto, o Corinthians teve uma atuação contundente contra o Mirassol, recém-promovido à Série A do Campeonato Brasileiro, vencendo por 2 a 0 e garantindo a classificação às semifinais do Paulistão.

O Barcelona está longe de ser um adversário do mesmo nível da UCV. O time de Guayaquil é o líder do Campeonato Equatoriano, com 100% de aproveitamento. Maior campeão da liga nacional, com 16 títulos, o clube ainda busca o primeiro troféu da Libertadores. A equipe amargou o vice em 1990, quando caiu para o Olimpia, do Paraguai, e em 1998, ano em que foi derrotado pelo Vasco.

Por isso, o Corinthians aposta na sequência invicta para avançar à fase de grupos. O time do Parque São Jorge não perde há 11 partidas, e um empate no Equador pode ser considerado um resultado razoável para decidir a classificação na Neo Química Arena. A equipe alvinegra não perde em casa desde agosto do ano passado, quando foi derrotada por 2 a 1 pelo Red Bull Bragantino, pela Copa Sul-Americana, mas ainda assim levou a melhor nos pênaltis e avançou no torneio.

“Temos que mostrar que estamos à altura. Será difícil, mas temos este grupo que está acostumado a jogar coisas difíceis. Estamos confiantes que vamos fazer um bom jogo”, comentou o auxiliar técnico Emiliano Díaz, filho de Ramón.

Entre as partidas contra o Barcelona, o Corinthians vai disputar a semifinal do Paulistão. O adversário será o Santos, de Neymar. A vaga na decisão será decidida em jogo único na Neo Química Arena. Por deter a melhor campanha do Estadual, o time corintiano tem a vantagem de jogar em casa.

FICHA TÉCNICA:

BARCELONA-EQU X CORINTHIANS

BARCELONA-EQU – Contreras; Vargas, Rangel, Campi e Pineida; Arroyo e Quiñónez, Bryan Carabalí, Jandry Gomez e Janner Corozo; Cortez. Técnico: Segundo Castillo.

CORINTHIANS – Hugo Souza; Matheuzinho, André Ramalho, João Pedro e Matheus Bidu; José Martinez, André Carrillo, Breno Bidon e Rodrigo Garro; Yuri Alberto e Memphis Depay. Técnico: Ramón Díaz.

ÁRBITRO – Dario Herrera (ARG)

HORÁRIO – 21h30.

LOCAL – Estádio Monumental Isidro Romero Carbo, em Guayaquil, no Equador.

 

 

 

 

 

por: Folha de Dourados

Referência em oncopediatria, HR fez mais de 6 mil atendimentos no último ano

O HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), referência no atendimento oncológico pediátrico no Estado, realizou 1.480 sessões de quimioterapia, 4.703 consultas ambulatoriais e 498 internações de crianças e adolescentes em tratamento contra o câncer, no último ano. O hospital, que é o único a oferecer esse tipo de atendimento especializado no Estado, desempenha um papel crucial no diagnóstico e no combate à doença.

A importância desse serviço se torna ainda mais evidente neste mês de fevereiro, quando foi celebrado o Dia Internacional de Combate ao Câncer Infantil. A data, instituída para conscientizar a sociedade sobre a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado, reforça a necessidade de investimentos contínuos em infraestrutura e no acesso a terapias eficazes.

Dados do Inca (Instituto Nacional de Câncer) apontam que, no triênio de 2023 a 2025, devem ser diagnosticados 7.930 casos por ano de câncer em crianças e adolescentes de até 19 anos de idade. Conforme o órgão, os tumores mais frequentes em crianças são as leucemias e de sistema nervoso central, além dos linfomas.

Médica oncologista pediátrica, Paola Stella Wanderley de Oliveira explica que as chances de cura chegam a 80%, principalmente quando a doença é descoberta precocemente. Por isso, a importância de se observar alguns sinais.

“Se a criança tem febre persistente por mais de sete dias, sangramento pela boca ou nariz, manchas roxas pelo corpo, apresenta apatia e nota-se um emagrecimento, é importante que a família busque atendimento médico. São sintomas recorrentes em casos de leucemia em crianças”, explica.

No caso de outros tipos de câncer, a médica alerta que os sintomas podem incluir inchaço nas pernas, fraturas mesmo sem nenhum impacto, nódulos e caroços pelo corpo e aumento do abdômen, por exemplo.

 

 

 

 

 

 

Por: Dourados Informa.

O que é a Quarta-Feira de Cinzas?

A Quarta-Feira de Cinzas é, tradicionalmente, a data que marca o fim da folia e o início de um tempo de recolhimento — como se fosse necessária uma fronteira entre a festa da carne e o período de penitência chamado de quaresma.

Para católicos praticantes, é uma celebração rica em significado e necessária para a preparação rumo à Páscoa, 40 dias mais tarde. Na prática, não se trata de um feriado nacional. Em muitas capitais, há ponto facultatativo para o funcionalismo público pela manhã. Os bancos retomam na maioria dos casos às 13h.

Nas missas, há um momento em que o padre e seus ministros abençoam cada um colocando um pouquinho de cinzas sobre a cabeça ou fazendo uma cruz na testa. Há duas possibilidades de frase a serem ditas neste momento, cabendo ao sacerdote decidir. “Convertei-vos e crede no Evangelho” é um lembrete da necessidade cristã de mudança de vida, de abrir mão dos prazeres em prol de uma experiência mais próxima de Deus; “Das cinzas vieste, às cinzas retornarás” recorda a brevidade da vida.

“As duas possibilidades são válidas porque esses são os dois sentidos principais das cinzas”, afirma à BBC News Brasil o vaticanista Filipe Domingues, vice-diretor do Lay Centre, em Roma, e professor na Pontifícia Universidade Gregoriana, também em Roma.

“Esse dia nasceu como uma manifestação de devoção popular entre os séculos 3º e 4º. Os cristãos, nesse dia, para se prepararem para a quaresma, impunham sobre si as cinzas em sinal de penitência pública”, explica à reportagem a vaticanista e historiadora Mirticeli Medeiros, pesquisadora de História do Cristianismo na Pontifícia Universidade Gregoriana.

Para o historiador, teólogo e filósofo Gerson Leite de Moraes, professor na Universidade Presbiteriana Mackenzie, de São Paulo, a celebração surgiu “nas comunidades cristãs primitivas” como referência ao início do período de preparação para a Páscoa.

“Nasce junto com esse costume de se guardar os 40 dias do que chamamos de quaresma”, diz ele, à BBC News Brasil. “É um período que marca momentos de reflexão, de arrependimento, de renovação espiritual.”

Quadro do Papa Gregório
Domínio Público
Papa Gregório, em imagem pintada por Francisco de Zurbarán

O rito foi oficializado na liturgia pelo para Gregório Magno (540-604), na virada do século 7º. “Foi chamada por ele de ‘capite ieiunii’, ou seja, o dia em que se começava o jejum”, pontua Medeiros.

A pesquisadora conta que, conforme relatos antigos, no início a cerimônia era realizada em Roma sempre “em silêncio” e pessoalmente pelo papa, “que organizava uma procissão nos arredores da Basílica de Santa Anastácia e Santa Sabina”.

Referências bíblicas

“As cinzas carregam duas simbologias. A primeira é a ideia da efemeridade da vida, do fato de que quando Deus disse [no Antigo Testamento] de que das cinzas viemos e às cinzas voltaremos, era para lembrar que o ser humano é pequeno diante da grandeza de Deus”, contextualiza Domingues.

“A segunda questão é a do arrependimento, da penitência. Aí é uma leitura cristã, já do Novo Testamento, porque Cristo, segundo os evangelhos canônicos questionou algumas tradições do mundo judaico […], o legalismo de alguns doutores da lei. [Nesse contexto], no período da quaresma ele começa com essa reflexão interna da importância do arrependimento, da penitência, de reformular o que nós somos e como estamos vivendo”, afirma Domingues.

Assessor da Comissão dos Movimentos Eclesiais da Diocese de Itabira, em Minas Gerais, o padre Eugênio Ferreira de Lima lembra à BBC News Brasil que inúmeras referências bíblicas baseiam esse costume litúrgico. “Nelas, o uso das cinzas aparece tanto para a purificação e a penitência quanto para lembrar a relatividade da vida”, interpreta ele.

No livro do Gênesis, o primeiro do Antigo Testamento, há a reprodução de um diálogo que Deus teria tido com Adão explicando a ele como seria a vida fora do Éden. “No suor do teu rosto comerás o pão, até voltares ao solo, pois dele foste tirado. Sim, és pó e ao pó voltarás”, diz o versículo.

Mais adiante, no mesmo livro, há uma passagem em que Abraão afirma “vou ousar falar ao meu Senhor, eu que não passo de pó e cinza”.

Quadro 'Quarta-Feira de Cinzas', óleo sobre tela feita pelo pintor Karl Spitzweg, no século 19
Domínio Público
‘Quarta-Feira de Cinzas’, óleo sobre tela feita pelo pintor Karl Spitzweg, no século 19

Já no livro de Jó, um versículo orienta “repetis à exaustão máximas de cinza, torres de argila são vossas defesas”. No segundo livro de Samuel, diz-se que “Tamar tomou cinza e derramou sobre a cabeça, rasgou sua túnica de princesa, pôs as mãos na cabeça e afastou-se gritando”.

“Ele se agarra à cinza, seu coração enganado o desvia: ele não se verá libertado”, lê-se em Isaías.

“E também como sinal de arrependimento, em [no livro de] Jonas, o povo se veste de cinzas, cobre a cabeça de cinzas em sinal de arrependimento e penitência”, comenta o padre Lima. “Eles proclamaram um jejum e se vestiram de sacos, desde os grandes até os pequenos […]. Ele se levantou do trono, tirou o manto real, cobriu-se de saco e sentou-se sobre a cinza”, diz o trecho bíblico.

No livro dos Números, está escrito que “para este homem impuro, tomar-se à cinza do brasileiro do sacrifício pelo pecado”.

O sacerdote explica que, no Novo Testamento, há relatos que associam passagens de Jesus à simbologia das cinzas. Quando ele lamenta sobre as cidades da Galileia que não se renderam à sua palavra, diz que “cobertas de saco e cinza, elas se teriam convertido”, segundo narração do Evangelho de Mateus.

Na carta aos Hebreus, diz-se que “a cinza de novilha esparzida sobre os seres maculados os santificam, purificando-lhe os corpos”.

“Ou seja, as cinzas são o convite que a Igreja faz para refletirmos sobre a brevidade e a relatividade de nossa vida aqui na Terra, dizendo o que realmente somos: humanos que vamos morrer”, pontua o padre. “Somos chamamos a entrar nesse tempo da quaresma dedicando mais tempo para a palavra da Deus e para abrir o coração e perceber a presença do Cristo no meio de nós: o Cristo que passa fome, que é torturado, que é injustiçado, que tem necessidade de roupa, de casa, de comida.”

“É uma simbologia muito bonita”, comenta o teólogo Moraes. “Marca o início de um período que conclama ao autoexame, à autorreflexão, à busca por uma renovação espiritual.”

Fiel recebe cruz de cinzas na testa em celebração da Quarta-Feira de Cinzas nas Filipinas, em 2024
Getty Images
Segundo a tradição as cinzas são obtidas da queima das folhas do domingo de Ramos do ano anterior

Do que são feitas

Segundo a tradição católica, as cinzas utilizadas nessa missa de Quarta-Feira que marca o início da quaresma são obtidas a partir da queima de um produto de outra missa, realizada no ano anterior. “Pela práxis oficial, as cinzas provém das folhas do domingo de Ramos, celebrado no ano precedente. Acrescentam a elas agua benta e incenso”, diz a historiadora Medeiros.

Domingues vê também simbologia nessa origem do material. “Eles queimam os ramos usados na liturgia do ano passado e essas cinzas são guardadas para o ano seguinte. Isso mostra o ciclo da liturgia e da vida cristã, que nunca acaba, fecha um ciclo e começa outro”, acrescenta ele.

Padre Lima conta que funciona assim: “uma quantidade razoável daqueles ramos bentos no Domingo de Ramos é guardada, conservada e queimada para se transformar nas cinzas que, depois, são abençoadas na missa e, no momento certo do ritual da Quarta de Cinzas, todos os fiéis são convidados a se apresentarem para serem assinalados com elas”.

Ele enfatiza que o momento não é de ânimo negativo. “Não é tristeza. É penitência, é conversão, é mudança de vida. É preciso lembrar isso”, comenta.

Cruz feita com cinzas em testa
Jennifer Balaska/ Wikimedia Commons/Domínio Público
Fronte com a cruz feita de cinzas em missa de Quarta-Feira de Cinzas

Outras igrejas cristãs

De acordo com o teólogo e professor Moraes, a tradição da Quarta-Feira de Cinzas não foi incorporada pelas igrejas protestantes e evangélicas.

“As igrejas do protestantismo histórico, algumas são mais litúrgicas, outras menos. Todas reconhecem o período da Páscoa e, portanto, o período que a antecede, esses 40 dias da quaresma. Mas varia de intensidade [conforme a denominação religiosa]. Numa igreja litúrgica, às vezes o pastor cita que iniciamos o período da quaresma, algumas igrejas usam cores específicas”, conta.

“Já as evangélicas pentecostais e neopentecostais geralmente são muito pouco litúrgicas, é um espontaneísmo muito grande então dificilmente você vai encontrar uma valorização desse período de tempo em relação à observância da quaresma”, acrescenta ele.

Moraes afirma que, em geral, os cristãos não católicos não têm nenhum ritual próprio para a Quarta-Feira de Cinzas.

 

 

 

 

 

 

 

por: Folha de Dourados