‘Música Poética’: Orquestra de Câmara do Pantanal se apresenta hoje em Dourados

Dourados será palco, nesta quarta-feira (7), às 20h, de uma noite especial que une música, poesia e dança com a apresentação gratuita do espetáculo “Música Poética”, no Cine Auditório da UFGD, localizado na Rua João Rosa Góes, 1761, Vila Progresso. A atração traz à cidade a Orquestra de Câmara do Pantanal, acompanhada da Cia de Dança do Pantanal e de dois grandes nomes da música sul-mato-grossense: Geraldo Espíndola e Márcio De Camillo.

Idealizado pelo Instituto Moinho Cultural Sul-Americano, o projeto presta homenagem à cultura de Mato Grosso do Sul e foi viabilizado com recursos da Lei Paulo Gustavo, por meio de edital do Governo do Estado e fomento do Ministério da Cultura. A execução é da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS) e da Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura (SETESC).

A Prefeitura de Dourados, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, é parceira da iniciativa, que também conta com apoio de instituições como Fundação de Cultura de Corumbá, Sesc MS, Sicredi, UFMS, UFGD, Uems, entre outros.

O repertório do espetáculo reúne clássicos como “Me Deixar Levar”, “Quiquio”, “É Necessário”, “Vida Cigana” e a inédita “A Terra e uma Canção”, composta especialmente por Espíndola e De Camillo. As apresentações ganham vida com coreografias que traduzem, por meio da dança, o pertencimento e a alma pantaneira.

Segundo Márcio De Camillo, o show representa um encontro geracional e artístico profundo: “É uma emoção indescritível estar ao lado de um mestre como o Geraldo, unindo nossas vozes em uma canção que traduz nosso amor pela natureza e a urgência de preservá-la”, afirmou.

Geraldo Espíndola também celebrou a força do projeto: “É um espetáculo emocionante e vibrante, que merece ser visto pelo mundo inteiro. Um encontro entre a arte do Moinho, minha obra e a do Márcio, com jovens talentos que nasceram dentro do próprio instituto”, destacou.

Sobre o Moinho Cultural

Com 21 anos de atuação, o Instituto Moinho Cultural Sul-Americano transforma realidades em territórios de fronteira do Brasil por meio do acesso à cultura, tecnologia, empreendedorismo e cidadania. Mais de 25 mil crianças e adolescentes já foram atendidos.

O Moinho Cultural tem o patrocínio master do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, além do patrocínio da BTG Pactual, LHG Mining, Suzano, Too Seguros e RealH. O projeto tem parceria com Criança Esperança, J.Macêdo, Fecomércio – Sesc, Sicredi, Sebrae e Sesi, apoio cultural Fundação de Cultura do Mato Grosso do Sul e Governo do Mato Grosso do Sul, parceria institucional da Prefeitura de Corumbá, Prefeitura de Ladário, Prefeitura de Puerto Suárez, Prefeitura de Puerto Quijarro, Instituto Homem Pantaneiro, IFMS, UFMS, Acaia Pantanal e outros doadores pessoa física e jurídica.

 

 

 

 

 

por: Folha de Dourados

Dourados: Sanesul informa para desabastecimento no Jardim Maracanã

Unidade de Dourados informa:

Será realizado serviço emergencial de conserto de rede água.

Os Bairros afetados :  Vila Eldorado, Jardim Coimasa, Jardim Ouro Verde, Jardim Guanabara, Vila São Francisco , Jardim Maipú, Jardim Guarujá , JARDIM Maracanã e imediações

Previsão de regularização do fornecimento de água às 13h30.

Será feito todo o possível para minimizar o tempo deste serviço.

A Sanesul reforça a importância de ter uma caixa d’água no imóvel, ela garante o abastecimento contínuo em caso de interrupção temporária por razão de reparos emergenciais ou manutenção na rede de distribuição.

É importante evitar o desperdício de água no dia a dia. Caso tenha alguma dúvida, por favor, entre em contato com o nosso SAC – Serviço de Atendimento ao Consumidor 24 horas, gratuitamente, pelo telefone: 0800 067 6010.

 

 

 

 

Por: Folha de Dourados.

Com recursos federais, começam as obras para combater a falta d’água na Reserva Indígena de Dourados

Juliel Batista –

Em evento realizado nesta segunda-feira (05), na Escola Estadual Indígena Guateka Marçal de Souza, com membros do poder público e algumas das principais lideranças indígenas do Estado, marcou o início das obras de enfrentamento do problema crônico da falta de água na Reserva Indígena de Dourados, com investimento federal na ordem de R$ 3.058.689,93.

Os recursos foram reivindicados e viabilizados junto ao governo Lula pelas bancadas petistas na Câmara de Dourados, Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados.

Há décadas, a escassez de água é um problema estrutural na maior reserva indígena urbana do Brasil. No ano passado, a situação se agravou e se tornou calamitosa durante um período de calor extremo na região, deixando a população local sem acesso à água potável. Após uma série de protestos — alguns considerados entre os mais intensos já registrados —, autoridades começaram a se reunir para buscar soluções para o problema.

Inúmeras reuniões foram realizadas, e a destinação de verbas passou a ser anunciada, principalmente pelos governos federal e estadual. A bancada federal do Congresso Nacional também apontou caminhos para apoiar a população, estimada em 16.246 pessoas, conforme os dados mais recentes da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).

Ontem, estiveram presentes no anúncio feito pelo Dsei (Distrito Sanitário Especial Indígena), que contava com coordenador Lindomar Terena, os deputados federais do PT, Vander Loubet e Camila Jara, a deputada estadual Gleice Jane (PT), os vereadores petistas Franklin e Elias Ishy, o vereador Pedro Pepa (União), além do prefeito de Itaporã, Tiago Carbonaro (PP) e o coordenador da Semadesc, Dionédison Terena.

O valor de mais de R$ 3 milhões será destinado às seguintes ações:

  • Perfuração de 4 poços;
  • Ampliação da rede de distribuição;
  • Construção e reforma de casas de bomba;
  • Instalação de um reservatório.

O coordenador da bancada federal, deputado Vander Loubet (PT), se manifestou e afirmou:

“Assinamos a ordem de serviço para intervenções nas aldeias Bororó e Jaguapiru, em Dourados, para melhoria e ampliação do sistema de abastecimento de água. Destinamos para o Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei), através do Governo Federal, R$ 3 milhões para a perfuração de poços, instalação de reservatórios e implementação de 13 km de rede água. Água é vida, fundamental e básica para todos os cidadãos. É nosso dever, como agentes públicos, fornecer e proteger esse bem!”, pontuou o deputado.

Vander também destacou o esforço que o governo do presidente Lula tem feito para solucionar esse problema, que se arrasta há muitos anos na reserva. O parlamentar ressaltou ainda a parceria com o vereador Elias Ishy (PT) e apontou a necessidade de asfaltamento na região, começando com 2 quilômetros, com possibilidade de expansão no futuro.

Ele também enfatizou as políticas conjuntas que a bancada federal vem implementando.

Segundo conversas com algumas lideranças indígenas e membros do Dsei, embora o valor anunciado seja fundamental, ainda não será suficiente para uma solução estrutural definitiva. No entanto, eles destacam que há uma articulação, em conjunto com a bancada federal — composta por deputados federais e senadores de Mato Grosso do Sul —, para a destinação de R$ 54 milhões. O objetivo é a perfuração de dois superpoços e a renovação completa da rede de abastecimento.

 

 

 

 

por: Folha de Dourados 

Quando sai o novo papa? Quem são os favoritos? Ele pode ser brasileiro? Em 6 pontos, tudo sobre o conclave no Vaticano

período de luto pela morte do papa Francisco se encerra esta semana — e os cardeais se reúnem nesta quarta-feira (07/05) para escolher um novo papa, em uma eleição conhecida como conclave.

Este é o terceiro conclave deste século — depois do de 2005, que elegeu Bento 16, e do 2013, que elegeu Francisco.

Confira abaixo o que vai acontecer no Vaticano esta semana.

1. Como funciona o conclave?

conclave é o processo de escolha do líder da Igreja Católica Romana — o Sumo Pontífice.

Qualquer católico batizado pode ser eleito papa.

No entanto, o cargo invariavelmente fica com um dos altos funcionários da Igreja Católica, os cardeais.

São eles quem elegem o novo papa.

Existem 252 cardeais em todo o mundo, que normalmente também são bispos. Somente pessoas com menos de 80 anos podem votar em um novo papa.

Atualmente há 135 cardeais com condições para eleger o novo papa.

Quando um novo papa precisa ser escolhido, todos os cardeais são convocados ao Vaticano, em Roma, para o conclave papal. Este é um processo eleitoral que se mantém praticamente inalterado há cerca de 800 anos.

2. Quais os horários e dias das votações?

Na quarta-feira (7/5), primeiro dia do conclave, os cardeais celebram uma missa na Basílica de São Pedro. Em seguida, reúnem-se na Capela Sistina do Vaticano. Lá, é dada a ordem extra omnes (latim para “todos fora”) às 16h30 (11h30 no horário de Brasília).

Os cardeais eleitores têm a opção de realizar uma votação inicial na Capela Sistina no primeiro dia do conclave, mas ela não é obrigatória. O resultado dessa votação — caso ela seja realizada — é anunciado por volta das 19h (14h no horário de Brasília) com a tradicional fumaça preta ou branca.

A partir do segundo dia, são realizadas duas votações todas as manhãs e duas votações todas as tardes na capela, até que se chegue a dois terços dos votos para um candidato.

Nas votações, cada cardeal eleitor escreve o nome do seu candidato preferido nas cédulas de votação sob as palavras Eligio in Summum Pontificem, que em latim significa “Eu elejo como Sumo Pontífice”.

Para manter as votações em segredo, os cardeais são instruídos a não usar sua caligrafia habitual.

Ao final de cada votação, as cédulas são queimadas junto com uma tinta que ajuda a produzir uma fumaça branca ou preta. No caso de a votação ser inconclusiva, a fumaça preta é vista da chaminé da Capela. Quando os cardeais escolhem um novo papa, a fumaça é branca — acompanhada de sinos que ecoam pelo Vaticano.

A previsão é que as fumaças sejam vistas nos seguintes horário: 10h30 (5h30 em Brasília), 12h (7h em Brasília), 17h30 (12h30 em Brasília) e 19h (14h em Brasília).

Papa Francisco
Reuters
Eleição do papa Francisco demorou apenas dois dias no conclave de 2013

Se não houver votação decisiva até o final da sexta-feira, o sábado é dedicado à oração e contemplação, sem realização de votação. O processo prossegue normalmente após esse período, com quatro votações por dia.

O conclave pode durar vários dias, ou às vezes semanas. Caso ainda haja indefinição, os cardeais podem decidir manter apenas os dois mais votados como candidatos. Ainda assim é necessário haver dois terços dos votos para o vencedor.

3. Quem são os favoritos?

A eleição do papa é uma das mais imprevisíveis do mundo — e é comum que cardeais apontados como favoritos acabem ignorados. Existe até um ditado entre os católicos: “Quem entra papa, sai cardeal”. Ou seja, quem chega ao conclave como favorito acaba não sendo eleito.

Muitos lembram que o cardeal argentino Jorge Bergoglio não estava em nenhuma das listas de favoritos em 2013 — e acabou sendo escolhido como papa Francisco.

Ainda assim, tem circulado na imprensa mundial os nomes de alguns cardeais apontados como favoritos para o papado:

  • Pietro Parolin (Itália): Cardeal italiano de fala mansa, Pietro Parolin foi secretário de Estado do Vaticano sob o pontificado de Francisco — ou seja, o principal conselheiro do papa. O cargo também o coloca à frente da Cúria Romana, a administração central da Igreja.
  • Luis Antonio Gokim Tagle (Filipinas): o filipino tem décadas de experiência pastoral — ou seja, liderou a Igreja diretamente entre o povo, e não como diplomata do Vaticano ou especialista em Direito Canônico. Ele poderia se tornar o primeiro papa asiático.
  • Fridolin Ambongo Besungu (Congo): É bastante possível que o próximo papa venha da África, onde a Igreja Católica continua ganhando milhões de fiéis. Um dos principais nomes é o cardeal Ambongo, da República Democrática do Congo (RDC).
Pietro Parolin
Reuters
Italiano Pietro Parolin é um dos cardeais apontados como possível favorito para ser papa
  • Peter Kodwo Appiah Turkson (Gana): Se for escolhido, o influente cardeal Turkson será o primeiro papa africano em 1,5 mil anos. Primeiro ganês a ser nomeado cardeal, Turkson já era cotado como papável no conclave de 2013. Na época, chegou a ser o favorito nas casas de apostas.
  • Peter Erdo (Hungria): Do ponto de vista ideológico, o atual arcebispo de Budapeste, capital húngara, seria uma escolha muito mais conservadora do que foi o último pontificado.
  • Angelo Scola (Itália): Apenas cardeais com menos de 80 anos podem votar no conclave, mas Angelo Scola, de 83 anos, ainda pode ser eleito. O ex-arcebispo de Milão era um dos favoritos em 2013, quando Francisco foi escolhido.
  • Reinhard Marx (Alemanha): O principal clérigo católico da Alemanha também é bastante próximo dos bastidores do Vaticano. Ele defende uma abordagem mais acolhedora em relação a pessoas homossexuais ou transgênero no ensino da Igreja Católica.
  • Marc Ouellet (Canadá): O cardeal Ouellet já foi visto duas vezes como um possível candidato ao papado, em 2005 e 2013. Como outro octogenário, ele não poderá participar diretamente do conclave, o que pode dificultar suas chances.
  • Robert Prevost (EUA): Será que o papado poderia ir, pela primeira vez, para um americano? Prevost não é visto apenas como um americano, mas também como alguém que presidiu a Pontifícia Comissão para a América Latina. É considerado um reformista, mas, aos 69 anos, pode ser visto como jovem demais para o papado.
  • Robert Sarah (Guiné): Muito querido pelos conservadores na Igreja, o cardeal Sarah é conhecido por sua firme adesão à doutrina e à liturgia tradicional, sendo frequentemente visto como opositor das inclinações reformistas do papa Francisco.
  • Pierbattista Pizzaballa (Itália): Ordenado na Itália aos 25 anos, Pizzaballa mudou-se para Jerusalém no mês seguinte e vive lá desde então. Sua idade relativamente jovem e a pouca experiência como cardeal podem pesar contra ele.
  • Michael Czerny (Canadá): O cardeal Czerny foi nomeado cardeal pelo papa Francisco e, assim como ele, é jesuíta — uma das principais ordens da Igreja Católica, conhecida por seu trabalho missionário e de caridade em todo o mundo.

Leia o perfil completo de cada um dos favoritos clicando neste link.

4. Quando será anunciado o novo papa?

Assim que um cardeal é eleito papa, ele precisa aceitar formalmente o cargo de papa perante o Colégio dos Cardeais e declarar seu nome papal.

As cédulas da eleição são queimadas com uma tinta que produz uma fumaça branca. Essa fumaça é vista na Praça São Pedro e os sinos do Vaticano badalam, anunciando a escolha.

Entre a fumaça aparecer e o nome do novo papa ser anunciado ao mundo, pode haver um intervalo de cerca de uma hora.

Neste período, dentro do conclave, o novo papa é levado à chamada “Sala das Lágrimas”, uma antecâmara na Capela Sistina, onde coloca as vestes papais e acessórios como a batina branca, uma capa (chamada mozeta) e um solidéu branco.

A sala ganhou esse apelido em homenagem aos relatos de papas anteriores que, sentindo o peso do momento, foram às lágrimas após sua eleição.

Em uma sacada da Basílica de São Pedro com vista para a praça, o cardeal francês Dominique Mamberti anuncia em latim: “Habemus Papam” (“temos um papa”). Ele volta para o interior da Basílica, e instantes depois o novo papa se apresenta a centenas de fiéis do mundo todo.

5. Quanto tempo dura o conclave?

Não há data definida para o conclave acabar. Já houve três conclaves que duraram mais de dois anos — mas isso aconteceu entre os séculos 13 e 15.

Em tempos modernos os conclaves foram bem mais curtos.

Entre os últimos dez conclaves, nenhum deles durou mais que cinco dias. Quatro deles duraram apenas dois dias — inclusive os dois mais recentes, que resultaram na eleição de Bento 16 e Francisco.

Confira abaixo a duração dos últimos 10 conclaves:

  • 2013: papa Francisco — 2 dias; entre 12 e 13 de março
  • 2005: papa Bento 16 — 2 dias; entre 18 e 19 de abril
  • 1978 (outubro): papa João Paulo 2º — 3 dias; entre 14 e 16 de outubro
  • 1978 (agosto): papa João Paulo 1º — 2 dias; entre 25 e 26 de agosto
  • 1963: papa Paulo 6º — 3 dias; entre 19 e 21 de junho
  • 1958: papa João 23 — 4 dias; entre 25 e 28 de outubro
  • 1939: papa Pio 12 — 2 dias; entre 1 e 2 de março
  • 1922: papa Pio 11 — 5 dias; entre 2 e 6 de fevereiro
  • 1914: papa Bento 15 — 4 dias; entre 31 de agosto e 3 de setembro
  • 1903: papa Pio 10 — 5 dias; entre 31 de julho e 4 de agosto

6. O papa pode ser brasileiro? De que país ele será?

O papa pode ser de qualquer país, inclusive do Brasil.

Dos 135 cardeais que podem participar do conclave, sete são brasileiros:

  • Sérgio da Rocha, Primaz do Brasil e arcebispo de Salvador, 65 anos.
  • Jaime Spengler, presidente da CNBB e arcebispo de Porto Alegre, 64 anos.
  • Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, 75 anos.
  • Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, 74 anos.
  • Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília, 57 anos.
  • João Braz de Aviz, arcebispo emérito de Brasília, 77 anos.
  • Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus, 74 anos.

O último da lista, o cardeal Leonardo Ulrich Steiner, recentemente apareceu em uma lista de favoritos da agência de notícias Reuters.

Em entrevista à BBC News Brasil sobre a possibilidade de ser papa, Steiner disse: “Não, não tem nenhum perigo não. Eu não dou conta nem de Manaus”.

Sobre o conclave, Jaime Spegler disse à BBC News Brasil que “não se trata de encontrar um sucessor para Francisco. O que se busca é um sucessor para Pedro [apóstolo de Jesus, considerado pela Igreja como o primeiro papa]”.

Há muita especulação sobre a nacionalidade do próximo papa. Pela primeira vez, mais de 70 países estarão representados no conclave. Em 2013, eram 48 países. Isso faz parte de uma estratégia do papa Francisco de pulverizar as nomeações, o que retirou um pouco de espaço da Europa e deu maior proeminência à Ásia.

 

 

 

 

 

Por: Folha de Dourados.

Foto: Reuters

A imprensa e a Vila Olímpica Indígena de Dourados

Geraldo Resende (*) –

Entre 2005 e 2007, o Brasil foi confrontado com uma das mais chocantes crises humanitárias em seu próprio território: a morte de dezenas de crianças indígenas por desnutrição, principalmente na Reserva Indígena de Dourados.

A tragédia atingiu principalmente as etnias Guarani Kaiowá e Guarani Nhandeva, e se agravou com fatores como superlotação, falta de saneamento, pobreza extrema, alcoolismo, doenças evitáveis e abandono das políticas públicas de atenção à saúde e alimentação dessas comunidades.

Na época, tive a honra e a responsabilidade de presidir a Comissão Externa da Câmara dos Deputados, criada com a finalidade de investigar essas mortes, tanto em Mato Grosso do Sul quanto em Mato Grosso.

Promovemos audiências públicas, visitamos aldeias, ouvimos lideranças indígenas e agentes de saúde. Apresentei requerimentos ao Ministério da Saúde e ao Departamento Nacional de Auditoria do SUS (DENASUS), cobrando fiscalizações rigorosas. Denunciei a subnotificação de mortes por desnutrição e o silêncio de muitas autoridades diante de um cenário tão cruel e revoltante.

Dessa comissão, nasceram propostas concretas, entre elas a implantação da Vila Olímpica Indígena, um projeto ousado que uniu saúde, educação, cidadania e esporte como formas de transformar a realidade de crianças e jovens indígenas. Em parceria com o então deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), destinamos R$ 700 mil por meio de emendas parlamentares para a construção do complexo. Posteriormente, garanti mais R$ 750 mil junto ao Ministério do Esporte, com contrapartida do Governo do Estado, somando quase R$ 1,4 milhão em investimentos públicos.

A Vila Olímpica ocupa 29 mil metros quadrados na Reserva Indígena de Dourados, e inclui quadra poliesportiva coberta, campo de futebol, pista de atletismo, quadra de vôlei de areia, parque infantil, calçamento, iluminação e prédio administrativo. Tudo pensado para oferecer aos jovens indígenas um espaço de desenvolvimento, convivência, autoestima e valorização cultural.

A inauguração aconteceu em 9 de maio de 2011 (portanto, prestes a completar 14 anos) com a presença do então ministro do Esporte Orlando Silva, do governador André Puccinelli, do prefeito Murilo Zauith, e de importantes lideranças indígenas. Mas, infelizmente, a alegria da inauguração deu lugar à frustração: a gestão do espaço foi negligenciada.

O Governo do Estado alegou impedimentos legais para atuar em área indígena, e a Prefeitura de Dourados, mesmo tendo firmado compromisso, não assumiu sua parte. Diante disso, busquei o apoio da Presidência da República e de ministros para tentar reverter esse abandono.

Hoje, mais de uma década depois, a Vila Olímpica Indígena de Dourados é tratada como um “elefante branco”, como bem destacou o jornalista Edmir Conceição em seu recente artigo publicado na Folha de Dourados.

O artigo é um alerta oportuno e necessário, e reforça o papel fundamental da imprensa, que desde o início teve função corajosa e decisiva na denúncia das mortes de crianças indígenas. Foi graças à cobertura jornalística, aliada ao trabalho de parlamentares comprometidos, que conseguimos mobilizar o país para essa causa.

Era inadmissível que, em pleno século XXI, em um dos maiores polos agropecuários do mundo, em uma terra fértil como poucas, ainda ocorressem mortes por desnutrição e por isso, cumprindo minha missão parlamentar, propus e presidi a Comissão Externa.

Desde então, houve vários avanços, mas o abandono da Vila Olímpica Indígena permanece como uma chaga que demonstra cabalmente o desprezo de setores da sociedade brasileira às causas dos povos indígenas.

É inaceitável que uma obra com tanto potencial social esteja abandonada. Mas afirmo com toda convicção: não vou abandonar essa luta. A Vila Olímpica precisa ser recuperada, revitalizada e funcionar plenamente. Para isso, é necessário o envolvimento dos governos municipal, estadual e federal. Precisamos de um calendário permanente de atividades culturais e esportivas, com profissionais capacitados, estrutura mantida, e sobretudo, com respeito aos sonhos da juventude indígena.

Enquanto eu tiver mandato, voz e disposição, não descansarei até ver a Vila Olímpica Indígena de Dourados cumprindo o seu papel transformador. A dignidade dos povos indígenas de Mato Grosso do Sul exige mais que promessas: exige ação e respeito.

(*) Deputado federal (PSDB-MS)

 
 
 
 
 
 
 
 
por: Folha de Dourados